As Estações e as celebrações de Outono
Artigo com breve explicação sobre como era a relação entre os gregos e suas estações do ano e após, foco nas celebrações e temáticas de Outono com ideias devocionais ao final.
A.Demétrios H.S.R.
4/9/202314 min read


Antes de tratar dos ritos vinculados ao outono helênico, necessário se faz uma breve explicação da antiga divisão natural do ano. Ao longo da história grega, e a depender também de tradições locais, podemos encontrar as estações divididas em 2, 3 ou 4. Atenas, por exemplo, contava com duas estações principais e lhes prestavam culto, Thallo (primavera, época da floração)e Karpo (outono, frutificação). Em Argos havia Auxesia (crescimento primaveril) e Damia (terra-mãe?,talvez outra designação de Karpo), possível que se referiam, respectivamente, a Kore e Deméter. Hesíodo popularizou três estações, cujos nomes expressam sua interligação com a Ética: Eunomia (boa ordem), Dike (justiça), e Eirene (paz). A problemática aqui é que as três seriam aspectos da Primavera. Outros nomes,mais elucidativos: Primavera (Eiar), Verão (Theros), Outono (Phthinoporon) e Inverno (Kheimon).
Hesíodo,nos Trabalhos e Dias, se baseia no movimento de constelações e estrelas como sinalização para os trabalhos agrícolas, medição do tempo, o que era bem comum. Algumas tradução dessa obra de Hesíodo trazem explicações sobre os astros e as estações do ano. O Outono, em Hesíodo, é sinalizado “quando Orion e Sírius alcançarem a metade do céu,e Eos, dos dedos de rosa,vir Arcturus…”
Para nós,do hemisfério sul,temos o seguintes constelações mais visíveis no céu:
Outono: Constelação de Leão
Inverno: Constelação de Escorpião
Primavera: Constelação de Pégasus
Verão: Constelação de Órion
(Fonte:https://www.galeriadometeorito.com/p/constelacoes-das-estacoes-do-ano.html )
Os movimentos das estações são explicados pelo mito de Deméter e Perséfone: quando a Donzela retorna à companhia de sua Mãe, é primavera/verão. Quando a Donzela desce para se tornar a Rainha das Profundezas, advém Outono/Inverno. Contudo,há outro entendimento dessa dinâmica mitológica, observada de acordo com as condições climáticas de algumas regiões da Grécia: como representação do ciclo dos grãos (cevada e trigo), Koré está presente no Outono/Inverno/Primavera. e No Verão, ausente, pois é a época em que as espiga não podem sobreviver ao intenso calor e falta de chuva e os campos se encontram desolados.
Importante: Os gregos, de modo geral, não celebravam equinócios e solstícios. Esses fenômenos astronômicos eram usados mais como ferramenta de medição do tempo. O que celebravam eram as etapas da agricultura, especialmente o ciclo dos cereais (trigo e cevada), o ciclo da uva, etc.
Importante 2: O grupo grego YSEE celebra os equinócios e solstícios em seu calendário, mas não sem críticas por parte de outros helenos étnicos. Na bibliografia consultada compartilho o link explicativo.
Os ritos de Outono
O outono grego compreende os meses de Boedromion, Pyanepsion e Maimaketrion, aproximadamente.
(...)o ano agrícola, do qual as festas dependem principalmente, começa no outono com a semeadura, ou seja, em Pyanepsion. O ano agrícola grego se dividia em três divisões principais, a estação de semeadura de outono seguida pelo inverno, a primavera com seu primeiro desabrochar de frutas e flores começando em Anthesterion, e a colheita do início do verão (ὀπώρα) começando em Thargelion, o mês da colheita dos primeiros frutos; a esta colheita precoce de grãos e frutas foi adicionada com a chegada da videira a safra em Boedromion e a colheita dos frutos posteriores, por exemplo, os figos.
( Prolegomena to the Study of Greek Religion, by Jane Ellen Harrison, [1922], at sacred-texts.com)
Festas agrícolas do outono helênico: Thesmosphorias, Pyanepsias e Oschophorias.
(Trechos do “Religião Popular Grega”, de Martin Nilson, tradução do grupo Helenos)
Práticas agrícolas eram acompanhadas por ritos e festivais, a maioria deles dedicados a Deméter. Na semeadura de outono o festival Thesmophoria era celebrado; no inverno, que é quando os grãos crescem e prosperam na Grécia, sacrifícios eram ofertados a Deméter Khloe (Verdejante); e quando o grão era debulhado celebrava-se o Thalysia. O mais conhecido é o festival da semeadura de outono, Thesmophoria. Não há nenhum outro festival testemunhado em tantos lugares. A própria Deméter era chamada de thesmophoros, sendo ela e sua filha as duas thesmophoroi. O epíteto vem sendo traduzido como legifera. Nessa interpretação thesmos vem do sentido de “lei” ou “ordem” e é feito uma referência ao conceito da agricultura como base de uma vida civilizada e obediência às leis. Essa ideia vem à tona nos Mistérios de Elêusis, que originalmente eram festivais do outono como o Thesmophoria, com os quais eles eram estritamente parecidos. Diz-se que o presente de Démeter é a razão pela qual o homem não vive como os animais selvagens, e Atenas é louvada como o berço da agricultura e da civilização.
No entanto, essa interpretação da palavra é tardia e errônea. Ela só surgiu depois que o homem começou a refletir e percebeu que a agricultura é a base da vida civilizada. Themos significa simplesmente “algo que foi deitado”, e nos nomes compostos dos festivais que terminavam em –phoria a primeira parte refere-se a algo que era transportado no festival.
Oschophoria, por exemplo, significa “carregar ramos”. Os thesmoi, consequentemente, eram as coisas transportadas nos ritos do Thesmophoria, e nós sabemos que coisas eram essas. Em certa época do ano, talvez em outro festival a Demeter e Kore, a Skirophoria, no qual era celebrada a época da debulha dos grãos, porcos eram arremessados em cavernas subterrâneas junto com outros amuletos de fertilidade. No Thesmophoria os restos putrefatos eram recolhidos, misturados com as sementes do grão e postos nos altares. Este é um feitiço muito conhecido em Atenas, assim como em outras partes da Grécia. O porco era o animal sagrado de Deméter.
Os ritos da semeadura de outono tornaram-se um festival estatal, que era celebrado em certos dias do calendário, enquanto a colheita era, na Grécia, um festival privado celebrado em cada fazenda onde a secagem na eira havia acabado, portanto não havia uma data fixa.
A Pyanepsia, um festival antigo provavelmente com origens já nos tempos micênicos, foi associado a Apolo e a Teseu, o herói-fundador de Atenas, e até certo ponto a Hélio e as deusas das estações conhecidas coletivamente como Horai. Nos tempos arcaicos e clássicos, o festival girava em torno de uma panspermia , uma mistura de feijão, trigo e outras sementes e grãos. Isidorus e Porphyrio consideravam o feijão como um dos primeiros e mais primitivos alimentos da humanidade. A atividade apropriada na festa era contar lendas, provavelmente de Teseu e mitos relacionados.
A explicação para esta panspermia encontra-se nos mitos e lendas associadas a Teseu. A história contada era que neste dia Teseu, que acabara de voltar após matar o Minotauro, desejou pagar seus votos a Apolo. Os jovens que retornaram com ele reuniram e ferveram o que restava de suas provisões para fornecer um banquete e uma oferenda a Apolo por trazê-los em segurança de Delos para a Ática ( Plutarco, Teseu , 22.4 ).
Outra prática neste festival é o transporte de eiresiones por toda a cidade por meninos, que cantavam a canção eiresione acima enquanto viajavam de casa em casa. Plutarco descreveu a eiresione como “um ramo de oliveira envolto em lã, como Teseu usou no momento de sua súplica, e carregado com todos os tipos de ofertas de frutas, para significar que a escassez estava no fim” ( Teseu, 22.5 ). Parke diz que tinha formas de harpas, xícaras, galhos de videira e outras coisas também. Os foliões aparentemente esperavam um presente de cada casa que visitavam (p.76). No Período Clássico, uma eiresione era pendurada em quase todas as portas de Atenas e desfrutava de sua posição particular durante todo o ano, sendo substituída na Pyanepsia e na Thargelia.
A Oskhophoria era uma cerimônia separada realizada no mesmo dia em que a Pyanepsia e homenageava Dionísio e Athena Skira que protegem a colheita da uva. A celebração consistia principalmente em uma procissão de um templo desconhecido de Dionísio até o templo de Atena Skiras (em Phaleron). Dois jovens do sexo masculino vestidos de mulher (referindo-se novamente aos eventos das lendas de Teseu), carregavam ramos de videira com cachos de uvas ( oskhoi ) ainda presos (Plutarco, Teseu , XXIII, 2-3). O arauto que acompanhava a procissão não usava guirlanda, como é costume, mas a prendia ao cajado de seu arauto, por causa do precedente estabelecido na lenda de Teseu.
Segundo a lenda, Teseu deveria avisar seu pai que ele estava voltando em segurança, mas, tomado de emoção, Teseu esqueceu de levantar as velas brancas que sinalizavam isso, e o velho pulou para a morte pensando que seu filho estava morto (Plutarco, Teseu , XXII, 1-2). ( Os feijões , servidos neste dia para celebrar a Pyanepsia, eram também o alimento dos mortos.) O arauto que foi do porto a Atenas para avisar ao rei que Teseu havia retornado foi recebido com alegria e coroas de flores, mas por causa da morte do rei , ele colocou as coroas de flores no cajado de seu arauto e não na cabeça.
Thesmosphorias e os Mistérios
(Religião Grega Popular, Martin P Nilsson)
Originalmente, os Mistérios de Elêusis foram um festival celebrado durante as semeaduras de outono. Isso é provado por Plutarco e pela afinidade [dos Mistérios] com a Thesmophoria.
Baseando em algumas evidências inseguras, estudiosos modernos tentaram achar o
cerne dos Mistérios Eleusinos. Duas linhas de pensamento foram proeminentes nessas tentativas. Uma delas parte dos mistérios da antiguidade tardia, cujo maior objetivo era elevar o homem acima da esfera humana para a divina e assegurar sua redenção, fazendo-o um deus e conferindo-lhe imortalidade. Questiona-se bastante se essa ideia existia em tempos primevos, quando a parede separando homens e deuses era considerada evidente e intransponível. A suposição de que isso existia é muito popular em pesquisas modernas, que ocupou-se muito com as religiões sincréticas da antiguidade tardia; mas esta suposição não deveria ser admitida sem evidência confiável, e não há nenhuma deste tipo.
O apelo sexual acha lugar até mesmo na ciência da religião. Estudiosos têm sugerido que a imortalidade dos Mistérios de Elêusis era conferida aos mystae pela transformação deles em filhos da deusa, através do toque de algum símbolo sexual. Ele nasceu de novo da deusa, de forma simbólica. É verdade que os autores cristãos atribuem símbolos sexuais aos Mistérios Eleusinos, e é possível que havia símbolos em Elêusis assim como havia, por exemplo, no festival intimamente ligado da Thesmophoria. Mas se alguns símbolos eram usados em Elêusis, eles não tinham o significado sugestionado acima,mas o antigo, dos encantos da fertilidade, assim como na Thesmophoria e em outras cerimônias.
Como na maioria dos cultos de Mistérios, o objetivo era garantir um pós-morte mais feliz no escuro mundo subterrâneo do Hades. Segundo, WALTER BURKET, se existia uma doutrina ou mito que consolidasse esta crença, não chegou até nós. Contudo, sabe-se que no desenrolar do tempo os Mistérios sofreram algumas modificações: se antes o retorno a vida era visto através da continuidade das gerações futuras, mais tarde era a imortalidade individual que era conferida. A inexistência de dogma também nos Mistérios foi um fator positivo em sua continuidade.
Existem compreensões conflitantes sobre se Koré desce ou sobe do mundo subterrâneo no Outono:
Para as pessoas que viviam em um país setentrional, onde o solo fica congelado e coberto por neve e gelo durante o inverno e onde a estação durante a qual tudo brota e é verde por cerca de dois terços do ano, é natural pensar que a Donzela está ausente durante os quatro meses de inverno e habita o mundo superior durante os oito meses de vegetação. E, de fato, isso é o que a maioria das pessoas pensa. Mas essa é uma opinião impensada, visto que não leva em conta as condições climáticas da Grécia. Lá o cereal é semeado em outubro. As colheitas brotam imediatamente, e elas crescem e prosperam durante nosso inverno. As colheitas amadurecem e são colhidas em maio e debulhadas em junho. Essa descrição refere-se à Ática. O clima é claramente diferente nas montanhas, mas Elêusis é situado na Ática. Os campos de cereais estão verdes e as colheitas brotam e prosperam durante nosso inverno, e ainda assim somos convidados a crer que a Donzela está ausente durante esse período. Há um período de cerca de quatro meses após a debulha em junho para a semeadura de outono, durante o qual os campos estão áridos e desolados; eles são queimados pelo sol, e nenhuma haste verde é vista neles. No entanto, somos convidados a acreditar que durante esses quatro meses a Donzela do está presente. Obviamente, ela está ausente.
Assim, somos capazes de chegar a uma compreensão real do mito da ausência da Donzela do Grãos que está de acordo com as condições climáticas gregas. Em junho, as colheitas são debulhadas, e o grão, que é a riqueza do homem, é armazenado em silos subterrâneos.
Na Sicília, um festival era celebrado no momento da debulha e era chamado de “Descida de Coré” (Katagoge Kores). Embaixo, nos silos subterrâneos, a Donzela está no reino de Plutão, o deus das riquezas. Quatro meses depois, quando o tempo da semeadura de outono se aproxima, os silos são abertos e as sementes de cereais são trazidas. Este é o anodos, a ascensão da Donzela, e nesta ocasião ocorriam os Mistérios Eleusinos. A a semente da velha colheita que em breve germinará e produzirá a nova safra, está sob os campos. A Donzela do Grão é reunida com a Mãe do Grão, pois nessa época a velha e a nova colheita se encontram.
A julgar pela natureza do festival, que também deve ter sido o núcleo dos Mistérios de Elêusis, era uma celebração da subida da Donzela do Grão nas semeaduras de outono. O antigo mito agrário foi elevado à esfera humana. A dor e a tristeza da mãe enlutada, o desespero de sua busca, toca nos sentimentos mais profundos do homem. Deméter é justamente chamada de a mater dolorosa da religião grega. Para essa tristeza comovente, o reencontro de mãe e filha promove um alegre contraste, despertando o mystae à exaltação e movendo suas mentes com as mais profundas emoções. Os Mistérios não eram um festival sombrio; eles conferiam alegria e felicidade aos homens. Não o rapto e a separação,
mas o reencontro era seu tema. O reencontro é representado na famosa tábua de Ninnion, do fim do século V a.e.c., encontrada no recinto sagrado de Elêusis.
A Morte, Os Mortos e as Homenagens fúnebres
A divindade que personifica a Morte é Thanatos.
Hermes e o barqueiro Caronte são responsaveis pelo transporte da alma para o submundo.
Hades é senhor do Além, deus exclusivamente restrito a dimensão ctônica, ou seja, dos mortos. E Perséfone é a grande senhora.
Os Mortos
Os mortos eram chamados de demetrioi, ou, povo de Deméter, pois habitavam o mesmo solo de onde os grãos são semeados. Através dos Mistérios, a Deusa favorece um pós morte mais feliz. Sabe-se que cereais eram polvilhados sobre as sepulturas.
No mês de Boedromion,há o festival da Genesia, o dia de se honrar os mortos. No início era uma ocasião doméstica e mais tarde se tornou celebração pública para homenagear os mortos em batalha. Talvez por isso se tenha escolhido o período outonal, a estação do fim das campanhas. Apesar disso,o festival é celebrado todo ano, fosse em tempos de guerra ou paz.
Outra ocasião ligada aos mortos é festival de três dias da primaveril Anthestérias,onde a alma dos mortos perambulariam entre nós. Já se propôs que haveria relação simbólica com a renovação da Natureza, o despontar da vegetação com o dos mortos,ambos saindo do solo.
Apesar de toda a geografia do Hades e os mitos mais populares, os helenos acreditavam que de alguma forma os antepassados continuariam ativos e poderiam exercer influências sobre a vida aqui na superfície. Além dos mortos comuns, há os Heróis, com poderes mais amplos e que atuavam como protetores locais a partir de suas tumbas.
Não à toa, as placas de maldição pediam a ação dos mortos e dos deuses com domínios ctônicos: Hermes, Hécate, Perséfone e Deméter. Se procurava em especial aqueles que morreram jovens demais (aoroi) ou de modo violento (biaiothanatoi). A lógica era que essas almas zangadas e errantes pudessem canalizar sua ira sobre o alvo que o solicitante apresentava.
Havia uma crença, relatada por Plutarco, que a coluna vertebral do morto se transformava numa cobra. Assim, este animal podia representar a presença de um antepassado.
As oferendas aos mortos são principalmente libações: papa de cevada, leite, mel,vinho, azeite e sangue dos animais sacrificados. Água para o “banho” dos mortos também é mencionada. A terra na área dos túmulos podia ser perfurada com tubos para alimentar os cadáveres enterrados.
O antepassado recebia suas honras fúnebres no terceiro, novo e trigésimo dia após sua passagem, e assim encerravam o período de luto. Depois, eram honrados no aniversário de morte e na celebração pública das Genesias.
O artigo “Devocionalism, Material Culture e Personal in Greek religion”, diz “A observação da cultura material revela que, de fato, alguns dos idiomas do devocionalismo observados nas interações com os deuses também aparecem nas interações com os mortos. A atenção às representações da cultura material associada a essas atividades mostra que tainiai e stemmata (fitas e guirlandas de tecido) eram especialmente onipresentes nesses momentos e faziam parte do modo como as pessoas desenvolviam e mantinham relacionamentos com aqueles que faleceram. Ambos os textos e as representações visuais revelam que, quando se tratava da vida religiosa das mulheres gregas, a morte desempenhava um papel importante. Por uma variedade de razões (por exemplo, poluição), as mulheres foram encarregadas de algumas das atividades mais significativas associadas aos cadáveres e à homenagem ao falecido.”
Ideias de como aproveitar as temáticas de Outono na vida devocional, não necessariamente inverter datas:
Primeiramente, conheça como funcionam as estações do ano onde vive. Aqui no Sul é mais fácil estabelecermos conexões com as do hemisfério norte (invertido,claro). Ainda assim,não costumo simplesmente inverter o calendário helênico sem refletir e estudar profundamente cada data, uma vez que nem todas as festas são agrícolas, e muitas estão interligadas com eventos históricos gregos. Às vezes, certos festejos podem ser mantidos nas datas tradicionais porque algum elemento delas ainda correspondem com ocorrências naturais ou sociais nossas. Outras sim, farão mais sentido adaptando a nosso ano natural. Tenhamos Discernimento através do estudo e reflexão.
Pesquise quais frutos são colhidos nesta época do ano em sua região e dedique uma celebração de agradecimento à Deusa Deméter Karpophoros (a que traz frutos), e a outras deidades associadas a frutificação e colheita,Karpo, por exemplo.
Pesquise sobre o ciclo dos cereais na sua região ou próximo. No Sul, a semeadura da cevada ou do trigo ocorrem a partir de maio para serem colhidas em Outubro. Vincule as o mito de Deméter (Mãe do cultivo) e Kore (o grão de Deméter) a esses ciclos e os festeje. Não precisa dar nomes gregos a essas celebrações, pode usar termos da nossa língua,mas é opcional.
Sobre homenagens aos mortos, não percebo grandes associações em relação ao outono, mas fica a sua escolha sobre o que fazer. Talvez aguarde a época grega das Genesias ou da cristã Finados (suponho que boa parte de nossos antepassados recentes fossem criados na cultura cristã).
Bibliografia Consultada
Burket, Walter. “Religião grega na época clássica e arcaica”. Fundação Calouste Gulbenkian.
Farnell, Lewis Richard. “The cults of greek states” vol 3. Oxford. 1907.
Harrison, J. E. “Prolegomena to the study of greek religion”. Cambridge, (1903), 1922.
Hesíodo. “Trabalhos e Dias”. Tradução de Sueli Maria de Regino. Martin Claret.
Larson, Jennifer. “Ancient greek cults,a guide.” Routledge. 2007.
Nilsson, M.P. “Religião grega popular”. Tradução do site www.helenos.com.br ou disponível em inglês em https://www.sacred-texts.com/cla/gpr/index.htm
Ogden, Daniel. “Companion to greek religion”. Blackwell Publishing.
Rask, K.A. “Devotionalism, Material Culture and the Personal in greek religion”. https://journals.openedition.org/kernos/2386?lang=en acesso em 09 abril 2023.
Blog Hellenismo:the true roots of Europe. Sobre o mês de Boedromion: https://hellenismo.files.wordpress.com/2020/08/boedromion.pdf
Site da comunidade helênica YSEE, sobre o calendário que elaboraram https://www.ysee.gr/greekwheel.html